segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Minha resposta.

Estava tudo tão calmo, silencioso. Apenas eu e minha alma, conversando frente à frente, revelando meus segredos profundos, vendo no fundo infinito de nossos olhos.
Eu podia escutar minha própria respiração ecoando pelo espaço, incrivelmente alta para os padrões. E eu estava tão tranquila, sentindo no inconsciente a grandeza da situação. Eu estava para descobrir meu destino por mim mesma. Já sabia de tudo aquilo, mas de alguma forma as informações seriam um vocabulário inédito nos meus tímpanos.
Mantive o olhar que estava recebendo, demonstrando minha coragem muda e forte, enquanto via pedaços de vidas passadas flutuando dentro de minha alma. Aquelas pequenas visões encaixavam com algo que existia dentro de mim, e senti coisas inexplicáveis. Eu tocava algo maior que todo o anterior.
Então chegou minha vida presente. Vi sorrisos de pessoas que ocuparam meu coração, também como experiências que guardaram-se na memória. Beijos que queria esquecer, abraços de pessoas que eu achava que eram essenciais nos meus dias e que perderam-se com o tempo.
Vi a mim mesma amadurecendo em minhas fases, infinitas fases, passando pela garotinha mimada à garota sonhadora, e meus sonhos mudando com pouca velocidade, mas em direção significativa.
E a imagem foi mudando caleidoscópicamente até que tornou-se um espelho: vi minha face intrigada mirando a mim mesma, obedecendo até o piscar de olhos e a respiração. Desviei o olhar de minha alma e percebi que ela estava desaparecendo, que as moléculas de ar estavam ocupando seu espaço.
Eu não queria que isso acontecesse e a encarei novamente, vendo meu rosto sorrindo. Enquanto eu não estava.
Eu me sorria e me intrigava ao mesmo tempo que sumia. Desesperada, gritei pedindo pela resposta, a que havia sido prometida se eu embarcasse na viagem.
E meu eu respondeu-me, um instante de sumir, que eu era a resposta para meus próprios pedidos.

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